Celeste, estranho coro, jamais ouvido aqui,
com seu poder excelso, agora, alegre, ouvi,
é o canto dos arcanjos, louvando o Salvador,
dizendo que na terra foi salvo um pecador.
Sublime e doce canto
da nossa pátria além
só ouve o que, contrito,
a Deus por Cristo vem.
Tão lenta e branda soa, ao peito dando paz,
a voz de Deus, aquela que as ânsias vãs desfaz.
Escuta, irmão, escuta, o doce canto seu,
que vibra pelo espaço e ecoa lá nos céus.
Da vaga o som bravio, da brisa o ciciar.
Na mata o passaredo, cantando ao despertar,
a mãe em doce canto ao pé do filho seu,
não tem aquele encanto da linda voz do céu.
Ao meu ouvido chega o canto sem igual,
tão belo em sonho ouvira jamais qualquer mortal.
Meu canto extasiado, espera, sem cessar,
unir-se a voz dos anjos ali no eterno lar.