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Onde estava a Igreja? Uma reflexão sobre juventude, violência e fé

Onde estava a Igreja? Uma reflexão sobre juventude, violência e fé

Nas câmaras silenciosas de um tribunal, uma história arrepiante se desenrola. Um jovem, mal saindo da adolescência, é acusado de um ato hediondo de violência: o esfaqueamento de uma mulher de 25 anos, mãe de dois filhos, e uma tentativa de ataque ao companheiro dela. O silêncio na sala é ensurdecedor, os ecos dos gritos de socorro não atendidos persistem no ar. A inevitável questão que corrói a alma: Onde estava a Igreja durante a metamorfose dessas crianças em jovens violentos e beberrões?

Na infância, a inocência deles era pura como uma fonte cristalina, seus futuros um quadro à espera de uma cascata de cores vibrantes. No entanto, a jornada para a adolescência se transformou em um turbilhão de álcool e violência, suas vidas irremediavelmente manchadas. O potencial que tinham, os sonhos que poderiam ter realizado, a alegria que poderiam ter trazido ao mundo, tudo perdido no atoleiro da raiva e do desespero.

Mas, mais uma vez, devemos nos perguntar, onde estava a Igreja? Onde estava este baluarte da fé e moralidade, esta guardiã do espírito comunitário e unidade, quando estas jovens vidas estavam à beira de um precipício?

Não é dever sagrado da Igreja guiar os vulneráveis, apascentar os perdidos, proporcionar consolo aos aflitos? No entanto, parece que falhamos com essas jovens almas. Em nosso fervor para pregar aos convertidos, para manter o status quo, inadvertidamente negligenciamos aqueles a quem fomos chamados para servir e proteger.

Esta tragédia não é um incidente isolado, mas reflexo de uma crise muito maior que permeia nossa sociedade. É uma crise que se origina de um vazio, uma falta de amor, orientação e apoio comunitário. É uma crise que tem visto a Igreja, uma instituição que deveria representar um farol de esperança, muitas vezes permanecer silenciosa e inativa.

Como seguidores da fé, devemos reconsiderar nossos papéis na vida dos jovens em nossas comunidades. Nossas igrejas não deveriam ser apenas casas de culto, mas também santuários de orientação e nutrição para nossa juventude.

Esta triste história é um alerta, um clamor pela mudança. Ela nos exorta, como Igreja e como comunidade, a intervir na vida de nossos jovens, a alcançar, orientar e amar, mesmo quando, ou talvez especialmente quando, eles parecem mais distantes. Pelo bem de nossas crianças, nossas comunidades e nosso futuro, devemos responder a este chamado e garantir que mais nenhuma vida seja perdida no abismo do abandono e da violência.